Netimóveis e Ariano.
Em 1995, quando foi fundada, a Rede Netimóveis era formada por apenas seis empresas e um objetivo, aproveitar a chegada da internet no Brasil para comercializar imóveis. Hoje, 17 anos mais tarde, o grupo possui mais de cem empresas associadas em todo o Brasil, que operam uma carteira compartilhada de mais de 60 mil imóveis.
Em entrevista ao Pampulha, o presidente da Netimóveis Brasil, Ariano Cavalcanti de Paula, falou sobre a atuação da rede e sobre o mercado imobiliário de Belo Horizonte.
[ENTREVISTA]
A Rede Netimóveis inaugurou um sistema de vendas de imóveis pela internet ainda em 1995, quando a web engatinhava no Brasil. Qual a importância desse pioneirismo?
Na verdade, o projeto da Netimóveis data de 1992, quando vislumbramos a necessidade de compartilhar as informações para gerar mais negócios. Na nossa compreensão, a essência do negócio de intermediação imobiliária é a informação. Tanto que o cliente só procura um intermediário quando a informação dele é menor que a do corretor. Não nos parecia razoável, portanto, cada agente guardar suas informações sendo que, ao compartilhá-las, todos poderiam ganhar mais, sobretudo os clientes (proprietários, compradores, locadores e locatários). O grande desafio, naquela época, eram os meios. Não existia internet e os sistemas de comunicação de dados eram precários.
O anúncio da regulamentação da internet no Brasil nos permitiu antecipar os fatos e lançar, pioneiramente, o nosso portal junto com o nascimento da web no mundo, em outubro de 1995. Este pioneirismo custou caro, mas trouxe muitos frutos. Crescemos rapidamente e hoje temos, diariamente, mais de 60 mil consultas a imóveis somente em Belo Horizonte. Sabemos que 70% dos negócios realizados na rede originam-se do nosso site, o que nos cobra uma estratégia de marketing digital muito precisa e eficaz.
Como as clientes se beneficiam da presença de empresas com a marca Netimóveis? Quais as vantagens para quem decidir alugar ou comprar um imóvel por meio da rede?
A marca Netimóveis desfruta de grande credibilidade, o que traz segurança para os nossos clientes. Somado a isso, oferecemos velocidade na venda e na locação do imóvel. É tudo que um cliente procura. Segurança e agilidade no seu negócio. Nosso portal, associado ao volume e qualidade das nossas ofertas, oferecem mais facilidades para quem procura e mais eficácia para quem vende ou aluga. Esta equação é que garantiu o sucesso da Netimóveis ao longo destes anos.
Várias pessoas estão investindo em imóveis devido a constante valorização do setor. Em sua opinião, quais as particularidades de se investir em imóveis comerciais e residenciais e qual se mostra mais vantajoso?
Qualquer investimento depende muito do perfil do investidor. Os imóveis comerciais tendem a oferecer melhor rentabilidade ao longo do tempo. O importante é sempre buscar algo racional, ou seja, coerente com o perfil e com boa rentabilidade. Para isso, é preciso comprar bem. Um imóvel de boa liquidez, como lojas, andares corridos, apartamentos de médio e baixo padrão, têm apresentado bons resultados aos seus investidores.
Um bom exercício é fazer a conta do quanto o aluguel do imóvel corresponde hoje ao seu preço. Exemplo: uma loja que está a venda por R$ 300 mil e é capaz de ser alugada por R$ 1.800 dará uma rentabilidade bruta de 0,60% ao mês ou 7,44% ao ano. Considerando o juro real brasileiro de 3,40% ao ano (já com a redução da Selic para 9%), é razoável presumir que o investidor está ganhando de outras opções oferecidas pelo mercado financeiro. Isso sem falar na valorização do imóvel. Com a tendência de redução de juros, buscar imóveis capazes de oferecer uma rentabilidade de 0,5% ou até 0,4% ao mês pode ser uma boa estratégia patrimonial.
Vários profissionais do setor apontam uma grande valorização dos imóveis do Vetor Norte nos últimos anos? Você concorda? Quais outras regiões tiveram aumento nos valores de imóveis e devem continuar se valorizando?
O município de Belo Horizonte é um dos menores da região metropolitana e isso acaba por induzir a ocupação das áreas remanescentes como o Vetor Norte. Em relação à valorização, mediante a forte recuperação do mercado registrada a partir de 2004, eu diria que praticamente todas regiões passaram por forte valorização.
A nossa expectativa é que em 2012 a valorização seja ainda expressiva, porém inferior a 2011, que apresentou uma variação de 23,90% em relação a 2010. Isso se deve ainda à pressão da demanda, ou seja, ainda temos mais pessoas querendo comprar do que imóveis em oferta. É importante ressaltar que esta análise refere-se, sobretudo, aos imóveis de média e baixa renda. Os imóveis de luxo apresentam uma valorização bem menor e devem ficar estáveis ao longo de 2012.
Como você vê a expansão urbana em Belo Horizonte? A escassez de terrenos em algumas regiões e os movimentos contra a verticalização em outras deve refletir no mercado imobiliário da cidade?
Por ser um município territorialmente pequeno, Belo Horizonte apresenta hoje poucas opções de terrenos. Isso produziu, já há algum tempo, o fenômeno da conurbação com diversos municípios como Contagem, Santa Luzia, Nova Lima e outros.
Infelizmente essa expansão não ocorreu de forma ordenada, basta observar a urbanização das áreas fora da avenida do Contorno. Esse crescimento desordenado (natural na maioria das capitais brasileiras) está cobrando o seu custo. Temos problemas de infraestrutura, transportes etc.
A solução da verticalização é um caminho, mas carece de uma política urbana abrangente, do contrário o problema fica maior que a aparente solução. As recentes reduções dos coeficientes de ocupação, diminuindo o adensamento urbano, são um caminho necessário mas paliativo. Não basta diminuir a ocupação se a população continua crescendo.http://www.otempo.com.br/entretenimento/ultimas/?IdNoticia=10189%2CPAM&busca=netimoveis&pagina=1
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